
A dieta mediterrânica foi classificada como Património Mundial e Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2013. Mas, apesar de dizer respeito a um padrão alimentar, é muito mais do que comida, já que tem como princípio basilar a convivialidade à mesa.
Tal como esta agência da ONU descreve no seu site, “a dieta mediterrânica engloba um conjunto de competências, conhecimentos, rituais, símbolos e tradições relativos às culturas, colheita, pesca, criação de animais, conservação, transformação, confecção, e particularmente a partilha e consumo dos alimentos”.
Mas em que consiste a dieta mediterrânica? Quais os seus princípios? E que benefícios concretos tem para a população?
O que é a Dieta Mediterrânica?
A Associação Portuguesa de Nutrição explica, num ebook disponível no seu site, que este padrão alimentar teve origem “nos países banhados pelo Mar Mediterrâneo”. A dieta mediterrânica “começou a ser descrita nos anos 50 e 60 do século XX, sobretudo à luz do que se praticava em Creta, em outras regiões da Grécia e no sul de Itália”, lê-se no mesmo documento.
Na secção “dieta mediterrânica” do site do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), descreve-se que a dieta mediterrânica consiste na promoção de “um padrão de ingestão alimentar baseado na diversidade, nos produtos locais e da época e na predominância de produtos vegetais frescos à mesa”.

Quais os princípios da dieta mediterrânica?
O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável e a Associação Portuguesa de Nutrição descrevem vários princípios para a dieta mediterrânica em Portugal:
- Cozinhados simples com base em “preparados que protegem os nutrientes” (sopas, cozidos, ensopados e caldeiradas);
- “Elevado consumo de produtos vegetais em detrimento do consumo de alimentos de origem animal” (como, produtos hortícolas, fruta, pão e cereais pouco refinados, leguminosas, frutos secos);
- Preferência por “produtos vegetais produzidos localmente, frescos e da época”;
- “Azeite como principal fonte de gordura”;
- Moderação no consumo de laticínios;
- No tempero da comida, a escolha de ervas aromáticas em vez de sal;
- Maior consumo de pescado em detrimento de carnes vermelhas;
- Beber vinho com moderação “e apenas nas refeições principais”;
- “Água como principal bebida ao longo do dia”;
- “Convivialidade à volta da mesa”.
Estes princípios também estão demonstrados na chamada “pirâmide da dieta mediterrânica”. Este guia, refere a Associação Portuguesa de Nutrição, “transmite orientações para a população adulta saudável, devendo ser adaptada às necessidades específicas das crianças, grávidas e outras condições de saúde”.